terça-feira, fevereiro 14, 2006

Pesca de Naufrágios


A época de ouro de Portugal é-nos amplamente demonstrada através de uma longa e rica História marítima. Mas a Arqueologia Subaquática revela-nos que aquela se acompanhou de uma outra história, submersa. Este aspecto não tem sido merecedor de atenção por parte de investigadores nem historiadores.
De facto, o pequeno país à beira-mar, assim como os seus dois arquipélagos, possuem no seu conjunto um dos maiores patrimónios subaquáticos a nível mundial. Trata-se de um legado de grande importância e com enorme potencial de estudo arqueológico. Graças ao desenvolvimento da Arqueologia Náutica e Subaquática estes testemunhos silenciosos têm enriquecido em particular o nosso entendimento da época de ouro da navegação ibérica.

Recuperações Marítimas e Subaquáticas na Época da Expansão

Claro que, na época em que estas perdas marítimas ocorreram, os contemporâneos não esperaram pelos arqueólogos do séc. XX para deitar mãos à obra e mergulhar em busca dos navios e cargas afundados. O fascínio envolvido na história dos desastres marítimos suscitou através dos tempos o interesse pela potencial riqueza submersa no rasto de inúmeros naufrágios. Pondo à prova o engenho humano, o desafio da exploração subaquática permitiu aperfeiçoar técnicas de resgate numa longa série de ensaios por parte de marinheiros, arquitectos, engenheiros militares e inventores, partilhando curiosidade, interesse científico e espírito comercial. Fruto de sucessivas adaptações tecnológicas, os “engenhos” e “máquinas” de mergulho permitiram atingir progressivamente maiores profundidades, imersões mais prolongadas e proporcionaram a remoção de navios e cargas afundadas.



Numa investigação abrangente e original, é documentada pela primeira vez no panorama português e europeu a outra face das navegações, a história das recuperações subaquáticas na época dos Descobrimentos. São apresentados o contexto, as motivações, os protagonistas, os meios e as experiências por detrás das operações de resgate, bem como as potencialidades de reutilização e e aproveitamento dos destroços em terra e no mar. A informação histórica, arqueológica e documental proporcionada nesta obra é ainda complementada por uma vasta iconografia onde são retratados aspectos e episódios pouco conhecidos da época da Expansão marítima.



P.S.
Praticamente um ano depois do último "post", volto a escrever aqui apenas para divulgar este meu novo estudo que me levou a mergulhar literalmente dos fundos de arquivos aos fundos dos mares e lembrar os dois anteriores: Invencível Armada 1588: a Participação Portuguesa (Lisboa, 2002) e As Campanhas do Prior do Crato 1580-1589: entre Reis e Corsários pelo Trono de Portugal (Lisboa, 2005), cujas sinopses se podem ler aqui, ambos publicados pela Editora Tribuna da História. Para finalizar, encontro-me em pleno trabalho na próxima obra cuja investigação iniciei há varios anos, dedicada ao poder naval português no final do séc. XVI e cuja publicação está prevista para o Outono de 2007. A seu tempo, mais notícias sobre estas andanças marítimas.

Aviso à navegação
A Pesca de Naufrágios já está nas livrarias, mas para quaisquer informações e pedidos podem contactar-me ou à Editora Tribuna da História: Rua Vasco da Gama, nº 60C
2775-297 Parede.
Tel.: 211 910 543 / e-mail: tribunadahistoria@iol.pt / facebook: www.facebook.com/tribunadahistoria

Update
Recensão do meu livro aqui

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